A LEPRA NA CASA DE DEUS

 “Examinem tudo; retenham o bom” (1Ts.5:21).

Introdução 

Quando nós falamos de seitas estamos nos referindo a aquelas religiões totalmente contrárias ao cristianismo, tais como o islã, o catolicismo romano, o adventismo, as Testemunhas de Jeová; aquelas religiões onde a doutrina é totalmente contrária ao cristianismo bíblico; aquelas religiões que não têm nada em comum com o que nós chamamos a Igreja de Cristo.

Mas o tema a tratar nesta série é diferente, porque como o mesmo nome o diz, ‘apostasia’ se refere a aquele cristianismo que diz ser bíblico, que diz ser trinitariano, que diz acreditar em Jesus Cristo, que diz acreditar na inspiração das Escrituras, mas que se apartou do caminho da verdade. É aquele cristianismo que sucumbiu a certos ventos falsos de doutrinas. Esse será nosso tema a tratar: Os ventos de engano que inundam muitas Igrejas cristãs em nossa geração.

Uma angústia por nossa geração 

Leiamos uma passagem em 2ª do Coríntios capítulo 11, verso 3: Diz Paulo, lhes falando com os coríntios: “Mas temo…”, essa palavra ‘temo’ no grego é ‘fobéo’, que significa atemorizarse ou estar alarmado ou estar assombrado. Diz: “Mas temo (ou estou assombrado ou estou alarmado) que como a serpente com sua astúcia enganou a Eva, seus sentidos sejam de algum modo extraviados da sincera fidelidade a Cristo.” Paulo se sentia alarmado de que os irmãos da igreja em Corinto, fossem levados por Satanás, fossem enganados e perdessem sua fidelidade a Cristo. Paulo tinha esse temor, esse alarme em seu coração, de que isto acontecesse com a igreja.

Apostasia’ se refere a aquele cristianismo que diz ser bíblico, que diz ser trinitariano, que diz acreditar em Jesus Cristo, que diz acreditar na inspiração das Escrituras, mas que se apartou do caminho da verdade

Quando olhamos nosso tempo, damonos conta de que isto já não é simplesmente um temor ou um alarme; porque uma coisa é quando você vê o ladrão de longe, você se assusta, se alarma, isso era o que Paulo via, que de algum modo Satanás podia chegar à igreja e enganála. Mas em nossos tempos não vemos o ladrão de longe; em nossos tempos vemos que o ladrão já se colocou na casa. Em nossos tempos vemos que o ladrão já usurpou, já enganou, já distorceu terrivelmente a verdade. Então já não é um alarme de algo que vem, mas um alarme de algo que está acontecendo. E é visível, palpável, angustiante e decepcionante. Cada vez que nos aproximamos para examinar o que hoje em dia se chama cristianismo, muito disso tem caído em grande ruína. Muitas das pessoas pelas quais morreu Cristo, que foram salvas por seu sangue, hoje estão sendo verdadeiramente enganadas.

Talvez não exista uma geração de cristãos mais enganada, mais extraviada e mais alheia à verdade que a nossa. Temos multidão de pregadores, congregações, movimentos, ministérios, que foram totalmente corrompidos. A igreja em nossos dias está se degradando em doutrinas que Satanás introduziu sutilmente. Foram colocados véus para cegar o povo de Deus. Caminhos distorcidos apartaram os pés do povo.

Cada cristão, um atalaia 

E nós somos chamados a elevar a voz. Fomos envolvidos, voluntária ou involuntariamente, em uma guerra que corresponde à verdade contra o engano. E o mínimo que podemos fazer é elevar nossa voz como trompetista para fazer soar o alarme no meio do povo de Deus. Devemos tomar nossa espada, elevar nosso escudo e nos preparar para a batalha que está vivendo a Igreja. A verdade dever ser pregada, conhecida e defendida.

A Igreja deve ser confrontada, exortada, para voltar para a sincera fidelidade a Cristo. Os profetas de Baal hoje em dia devem ser envergonhados e expostos diante do povo de Deus, e o povo deve ser chamado a seguir a Deus se verdadeiramente acreditar nele, ou se não, que siga ao Balaão, se esse for seu deus. Muitos devem ser alertados, dispostos e despertados. Devemos cortar as cadeias do engano que existem no meio do povo de Deus. E essa é nossa carga. Então vamos usar a trombeta de Deus para fazer soar o alarme na Casa, de modo que muitas dessas falsas doutrinas sejam expostas à luz da verdade.

Olhem o que diz Hebreus 4, verso 12. O autor da carta aos Hebreus nos dá a Palavra como o melhor instrumento, o mais eficaz, mais vivo, mais veraz, para esta obra. Hebreus 4, verso 12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante que toda espada de dois fios; e penetra até dividir a alma e o espírito, as juntas e as medulas, e discerne os pensamentos e as intenções do coração. E não há coisa criada que não seja manifesta em sua presença; antes bem todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele a quem temos que dar conta.”

Desejamos que o fio da Palavra de Deus possa cortar, possa desmascarar, possa expor à luz, possa tirar, diante de nossos olhos, as grandes mentiras de Satanás, com as quais enganou o povo de Deus com toda falsificação diabólica; porque hoje temos um cristianismo falsificado, um cristianismo cheio de mentiras, um cristianismo que é uma imitação, muitas vezes uma imitação barata e corrupta. E por isso, a Palavra não trata o assunto por cima, mas sim penetra até o mais profundo, e nos mostra o que é de Deus e que não é de Deus.

A figura da lepra na Casa de Deus 

Vamos usar uma figura do Antigo Testamento que se acha em Levítico 14, uma figura muito interessante que Deus nos deixou nas Escrituras. Vemos que no capítulo 13 se encontra a Lei da lepra. A lepra é figura ou sinônimo de pecado, figura de corrupção, figura de perversão. Encontramos a lepra em vários aspectos, mas, para não fazêlo tão longo, simplesmente queremos usar a figura da lepra na casa, porque estamos falando da Casa de Deus e de coisas que foram introduzidas no meio Dela. Mas através da leitura vamos nos dar conta de que muitas destas coisas foram introduzidas por pessoas que nem sequer eram crentes, mas estão no meio da Casa de Deus, e influenciaram ali a muitos.

Talvez não exista uma geração de cristãos mais enganada, mais extraviada e mais alheia à verdade que a nossa. Temos multidão de pregadores, congregações, movimentos, ministérios, que foram totalmente corrompidos.

Paulo, em Efésios, fala que os meninos inconstantes se deixam levar por todo vento de doutrina; “…para que já não sejamos meninos inconstantes, levados por onde quer de todo vento de doutrina, por estratagema de homens que para enganar empregam com astúcia as artimanhas do engano…” (Ef 4:14). São cristãos, são filhos de Deus, mas em sua falta de maturidade, em sua falta de discernimento, em sua falta de um claro sentido espiritual, quando vem um vento, deixamse levar. Mas aqui a figura não é a do vento arrastando algo, mas a figura que vamos estudar é a da lepra corrompendo a casa.

Procurando o Sacerdote para que examine o assunto 

E veremos um princípio que vai nos servir para tratar com as coisas que vamos começar a estudar. Como lhes disse, hoje só é a introdução, mas vamos ver este princípio. Qual é o princípio? Quando havia lepra em uma casa, os donos da casa deviam trazer o sacerdote na dita casa, e o sacerdote devia examinla, e ver se nela havia lepra. Isso é o que nós pretendemos fazer com nossa série. Não queremos tirar julgamentos a priori, quer dizer, de primeira, mas sim vamos nos voltar para o Sacerdote, a Cristo mesmo, e à mesma Palavra de Cristo, para examinar a Casa de Deus e para examinar se as coisas que hoje em dia se tornaram tão comuns, são manchas de lepra ou não, ou que coisa é? E o que devemos fazer com esse tipo de coisas tão comuns  em nossa época.

Por isso vamos usar hoje a figura do sacerdote e a lepra na casa. Levítico 14, leiamos a partir do 33, onde começa o assunto da lepra na casa; neste caso, referia-se à casa de um judeu. Mas agora vamos falar da lepra (usando esta figura) na Casa do mesmo Senhor.

Levítico 14, do verso 33, diz: “Falou também Jeová a Moisés e a Aarão, dizendo…” por que diz ‘também’? Porque vinha falando da lepra em outros aspectos pessoais: lepra na roupa, lepra na barba, lepra no cabelo; porque há muitos tipos de coisas que contaminam a vida: os pecados pessoais, o pecado ministerial, o que nos colocamos, as coisas do mundo; sim, são muitos assuntos, mas hoje não vamos tratar esses, mas sim vamos tratar a lepra na casa, os assuntos que mancharam, os assuntos que são manchas na casa de Deus. E diz: “Quando tiverem entrado na terra de Canaã, a qual eu lhes dou em posse, se puser eu praga de lepra em alguma casa da terra de sua posse, virá aquele de quem for a casa e dará aviso ao sacerdote, dizendo: Algo como praga apareceu em minha casa.” Quando o israelita olhava e via algo estranho, algo perigoso em sua casa, ele deveria se alarmar.

Como muitos de nós não conhecemos as raízes de nossa fé, ignoramos algumas coisas. Pelo menos na América Latina, o Evangelho que recebemos foi muito distorcido, chegou em muitos casos já corrompido, e assim cresceu e prosperou. Não é o cristianismo primitivo da Igreja, não é o cristianismo dos apóstolos, porque quando o cristianismo surgiu, se fez de uma maneira muito pura. Não é o cristianismo da Reforma que começou a purificase e a trabalhar em pró da verdade. Não é o cristianismo desses missionários que entregavam suas vidas por Cristo e levavam um Evangelho puro. Não! Na América Latina, os pregadores e missionários que trouxeram o Evangelho em muitos casos já traziam a semente corrompida.

E assim cresceu dando muitos frutos, mas frutos azedos, silvestres, frutos pouco desejáveis para Cristo, frutos corruptos. Então, muito do que conhecemos como “cristianismo” chegou até nos de maneira anormal, e essas corrupções são comuns para muitos, e ainda eram tidas como normais. E isto é terrível! Porque não é um assunto de que viemos de uma normalidade e cair em algo que é estranho, mas o as- sunto é que muitos de nós conhecemos o Senhor em lugares onde coisas estranhas eram comuns ou “normais”. E mais, muitas das coisas que vamos falar, que vamos denunciar, são coisas nas quais nós participávamos e estávamos envolvidos nelas de uma maneira ativa ou passiva; às vezes nos envolvíamos trabalhando, ou às vezes não, mas passavam a meu lado, e eu participava, e muitas isso vezes era comum para mim.

Notando as manchas na casa 

Mas houve um momento no qual começamos a notar que certas manchas eram estranhas, que não eram comuns, que não correspondiam  à Escritura, nem a Cristo; começamos a notálo. E Deus começou a despertar nossas consciências com Sua Palavra, e começamos a ver o que antes não víamos. Como se a casa estivesse com a luz apagada, mas na medida que a luz foi se acendendo, começamos a ver, e a dizer: “Ouça, mas isto não está na Palavra! É tão estranha essa cor, essa não é a cor de Cristo!” E começamos a nos perguntar: “O que está acontecendo aqui?” Isso era o que acontecia ao israelita com lepra em sua casa.

E olhe o que segue dizendo aí no 36: “…virá aquele de quem for a casa e dará aviso ao sacerdote…” Nós sabemos que em nosso tempo o Sumo Sacerdote é Jesus Cristo. E a Ele devemos vir e dizer: “Senhor, isto é algo muito estranho!” Irmãos, devemos saber que nós temos Um que não dorme, que vigia, que escuta e responde. Um que vigia e que caminha entre as Igrejas, e diz: “Eu conheço…” Às vezes nós não co- nhecemos, mas o Senhor sim conhece todas as situações em Sua Igreja. Ele conhece o nicolaísmo, as falsas doutrinas, a idolatria, a doutrina de Balaão. Ele conhece todas as situações da Igreja.

Nestes dias uma irmã me escreveu. Uma mulher que cresceu no Adventismo do Sétimo Dia, e chegou um momento no qual ela começou  a sentirse incomodada; e conta ela no e-mail que disse: “Senhor, eu sinto que isto está estranho! Eu não vou perguntar ao Fulaninho, nem ao Zutaninho, mas sim eu quero que Tu me fale se eu estou caminhando na verdade ou no engano, Senhor. Vou me separar, vou orar. Eu quero que Tu me fale por Sua Palavra, por Seu Espírito. Você pode me mostrar.” Com o tempo, ela mesma me disse: “Irmão, já me dei conta, e já não sou da Igreja Adventista. Agora sou cristã.” O mesmo Senhor lhe falou e começou a lhe mostrar muitas coisas. O Adventismo nem sequer é apostasia, é uma seita.

Então, quando começamos a ver estas coisas, o que devemos fazer? Devemos nos voltar para a Palavra, devemos examinar juntos as coisas ditas pelo Senhor, devemos invocar o nome do Senhor, ir ao Sacerdote, Ele conhece todas as coisas, só Ele pode nos mostrar. Porque também pode ser (e agora vamos ver) que a mancha não seja lepra. Quando você olha os livros que foram escritos sobre seitas e falsas doutrinas, às vezes incluem movimentos que não eram seitas, mas sim eram movimentos genuínos do Espírito Santo, e muitos irmãos os incluem entre as seitas por que? Porque nunca entraram a examinálos se eram ou não eram seitas. Há coisas que sim são lepra, mas há coisas que não são. Então, o que vamos fazer? Vamos ao Senhor, e vamos proválos.

Pelo menos na América Latina, o Evangelho que recebemos foi muito distorcido, chegou em muitos casos já corrompido, e assim cresceu e prosperou. Não é o cristianismo primitivo da Igreja, não é o cristianismo dos apóstolos, porque quando o cristianismo surgiu, se fez de uma maneira muito pura.

Talvez você chegue aqui, e veja isto como estranho, mas quando começa a examinálo se dá conta de que não é lepra, mas é o que o Senhor quer; ou talvez você está em algo que lhe parece bom, mas quando o examina pela Palavra se dá conta de que é pura lepra. Tudo deve ser examinado enfaticamente tudo! Todo movimento, toda igreja, todo ministério, tudo o que surge em nossa época pode e tem que ser examinado e esquadrinhado pelas Escrituras; como havemos dito, não há nada infalível. A Bíblia nos mostra que podemos desviar em qualquer momento. Então, tudo é esquadrinhável. O Senhor mesmo nos esclarecerá se for Dele ou se não é Dele, mas tem que invocar, terá que trazer para o Sacerdote, terá que voltar para as Escrituras, terá que pedir ao Senhor que nos mostre. Não há nada infalível, só a Bíblia. Não há nada que tenhamos que seguir às cegas. Hoje em dia, nenhuma igreja pode se seguir às cegas, nenhum pastor, nenhum líder Nada! Tem que examinálo tudo à luz da Palavra. O Senhor nos chama constantemente a examinar tudo: “Examinem tudo; retenham o bom” (1Ts.5:21).

E diz: “…e dará aviso ao sacerdote, dizendo: Algo como praga apareceu em minha casa.” Ele não tem certeza, mas para isso traz para o sacerdote. Às vezes nós não temos certeza, mas para isso temos um Sumo Sacerdote, a Cristo, para ir a Ele. “Então o sacerdote mandará desocupar a casa antes que entre a olhar a praga, para que não seja contaminado tudo o que estiver na casa; e depois o sacerdote entrará para examinála.”

Examinando a praga da lepra na Casa 

Então a primeira coisa que o sacerdote fazia era mandar tirar todas as coisas da casa, e claro, isso lhe ia permitir ter uma perspectiva completa do lugar para poder examinálo. E olhe o que diz o 37: “E examinará a praga…” “Ouça, irmão, eu escutei que em tal lugar estão ensinando tais coisas! Está havendo certas manifestações. Nos cultos estão acontecendo certas coisas, e muitos deles estão gritando lá dentro: “Avivamento! Avivamento!” Será que é avivamento?” Vamos examinar o Que diz a Palavra a respeito de certas manifestações? O que diz a Palavra a respeito de certas doutrinas? O que diz a Palavra a respeito disto que está acontecendo? Vamos examinálo. Porque com o que vamos começar a estudar, vamos nos dar conta, pela mesma Palavra, de que há muitas coisas que são de Deus, mas também há muitas coisas que são falsas. Então vamos examinálas.

E olhe o que diz: “…e se se virem manchas nas paredes da casa, manchas esverdeadas ou avermelhadas, as quais parecerem mais profundas que a superfície da parede, o sacerdote sairá da casa à porta dela, e fechará a casa por sete dias.” Então quando o sacerdote começa a examinar, se ver na casa certas manchas, o que é a primeira coisa que deve fazer o sacerdote? Sair da casa. Muitas vezes nós queremos arrumar a casa estando dentro, mas se eu fico dentro da casa, como a lepra é contagiosa, há risco de que eu me contamine. Então eu devo sair e devo examinar. Essa palavra ‘mancha’ é uma palavra que você encontra também no Novo Testamento. Vamos ler duas passagens onde se menciona, e vamos ver a que se está referindo.

As manchas: Pessoas, pecados e falsas doutrinas 

A primeira passagem é 2ª Pedro 2, verso 13. A 2ª carta de Pedro, assim como a epístola de Judas, tem como carga espiritual denunciar a apostasia, os falsos profetas e certas coisas que estavam acontecendo já no tempo da Igreja primitiva, e eram perigos que os apóstolos viam. Há certos livros que tem certa ênfase. Esta carta, 2ª Pedro, tem a ênfase de denunciar os falsos profetas, os falsos ministros, porque muitas manchas nos falam de pessoas; pessoas que ensinam e que praticam certas coisas, e que estão corrompendo a outras. Isso é o que acontece. Muitos ventos de doutrina claramente são espíritos de engano que Satanás enviou para destruir a Casa de Deus; mas esses espíritos não chegam ao ar, mas sim tomam pessoas; esses espíritos guiam pessoas, e introduzem pessoas no meio da Casa de Deus. Quando estivermos estudando, vamos nos dar conta de que muitas doutrinas e muitos ventos você pode remontar a certas pessoas, a certa época e a certo contexto. Há pessoas que estavam na metafísica, no gnosticismo, no ocultismo, e tiveram uma aparente conversão a Cristo, mas em vez de vir e receber de Cristo, trouxeram a metafísica, trouxeram o ocultismo e trouxeram certas práticas que em nossos dias são comuns; mas já não se chamam assim, nem metafísica, nem gnosticismo, se chama de outra forma. Você vai se surpreender da maneira como se chama hoje em dia, mas isso surgiu com pessoas.

Como vocês sabem, porque já temos dito, a Casa de Deus não é um edifício, mas a Casa de Deus somos pessoas. E muitas vezes Satanás usa e engana às pessoas, as introduz na Casa de Deus, e essas pessoas sutilmente introduzem certas doutrinas; essas pessoas chegam a ser manchas na Casa de Deus. Por isso, não se escandalizem se em algum momento começamos a nomear pessoas, porque muitas das manchasna Casa de Deus surgiram com nomes próprios, movimentos e ênfases.

2ª Pedro 2:13 ao 22, falando dos falsos, quer dizer, de certo tipo de pessoas que estavam no meio dos irmãos, diz no verso 13: “…recebendo o galardão de sua injustiça, já que têm por delícia o gozar de deleites cada dia.” Já começa a nos mostrar a cor esverdeada. Esta é a cor de um cristianismo apóstata, é distintivo de um cristianismo que se alegra nos deleites diários. É um cristianismo que vive para as coisas temporárias, que dá ênfase às coisas terrestres. “Estes (este tipo de pessoas) são imundícies e manchas (esta é a linguagem que está usando Levítico, lepra manchada), quem ainda enquanto come com vós…”, Pedro nos diz que esse tipo de lepra são pessoas que estão entre nós. Claro, quando falamos de apostasia não estamos falando de que todos os que estão nesses movimentos sejam falsos irmãos, mas sim dizemos que muitos são “meninos” e se deixaram levar por pessoas que sim são falsas “…e manchas, quem ainda enquanto come com vós, recreiase em seus enganos.” recreiamse poderia traduzirse se divertem, gozamse em seus enganos, ou ainda pode dizerse festejam; ou seja que andam em seus enganos, mas isso para eles é causa de alegria. E quando entrarmos a estudálos, nos daremos conta que muitos desses falsos ministros têm a característica de ser zombadores. Você viu a alguns que são gozadores? Que gozam, são irônicos, escarnecem de quem os contradiz, se riem do que ensinam; esse espírito zombador, como o de um palhaço, O Coringa Sim o viram? Esse espírito de brincadeira no pregador, quem está no engano, gozase do engano e, em meio de sua pregação, alardeia do erro.

Olhe o que diz no 14, e aí vemos que a lepra é profunda: “Têm os olhos cheios de adultério…”, ou seja, não é só ter certas condutas, ter certas doutrinas, mas sim estas estão relacionadas com muita frequência com condutas pecaminosas; “…não se saciam de pecar…”, isso é o que diz Levítico mais adiante, que a lepra começa pequena, mas se for lepra imunda tende a estenderse, tende a crescer; e isso é o que diz aqui, “…seduzem às almas inconstantes…”, ou seja que a lepra tem a facilidade de estenderse nos que são inconstantes. Que tremendo! A maioria de cristãos envolvidos nisto são o resultado da falta de responsabilidade pessoal. Acaso não temos todos a Bíblia? Acaso todosnão podemos estudar e examinar tudo? Mas a falta de perseverança, a falta de consagração, a falta de leitura da Bíblia, a falta de discerni- mento, fazemnos presa fácil do engano. O irmão que é inconstante é a presa preferida do maligno.

Lembrome de um querido irmão com o qual militamos na fé (e falava nestes dias com minha esposa sobre ele), e agora lhe escuto falar de um ensino tão espúrio. A inconstância pode matar nossas almas. Quando uma pessoa é inconstante e sem compromisso com a verdade, é uma presa fácil do engano. O Senhor nos guarde! “…têm o coração habituado à cobiça…”, e este é um dos grandes males: o amor ao dinheiro. Este inimigo tem muitos mortos em sua lista, a muitos destruiu, a muitos apartou da fidelidade a Cristo.

A tentação da cobiça 

O Senhor Jesus não tinha começado a pregar quando lhe apareceu o diabo, lhe tentando: “Tudo isto te darei, se prostrado me adorar…” (Mt.4:9). Muitos irmãos, ao começar no ministério, vem Satanás com a oferta do dinheiro, a fama, as riquezas. E muitos se torceram. Você o nota, geralmente, não todos, mas sim geralmente, onde há muito dinheiro, há apostasia, onde há falsos ventos de doutrina, há muitos recursos É um mistério! É algo estranho! É como se o diabo promovesse estes movimentos com dinheiro, com grandes lugares, lugares ostentosos, pastores com grandes somas de dinheiro, com grandes casas, viajando com aviões particulares. Quando começarmos a ver, você vai notar que a apostasia está acompanhada disto. Esta é a cereja do bolo. É muito pouco o apóstata “quebrado economicamente”; geralmente, são muito prósperos. Olhamos a lista dos pastores mais ricos a nível mundial, e desses não se tira um que pregue a verdade, Nenhum! Essa é uma generalidade no exército de Satanás.

E olhe esta expressão: “…e são filhos de maldição. Deixaram o caminho reto, e se extraviaram seguindo o caminho de Balaão filho do Beor, o qual amou o prêmio da maldade, e foi repreendido por sua iniquidade; pois uma mula besta de carga, falando com voz de homem, refreou a loucura do profeta.” Hoje, o cristianismo está tão podre, que até o incrédulo se dá conta do que eles estão fazendo, como negociam com a fé, como abusam dos fiéis, como se enriquecem. Até os burros se dão conta de que os profetas estão seguindo um caminho extraviado. E muitos cristãos não sabem! Falei com pessoas que não são crentes, e têm mais discernimento que muitos crentes que vão à igreja há quinze anos.

E diz o 17: “Estes são fontes sem água (ou seja, não há vida), e nuvens empurradas pela tormenta…”; quer dizer, são pessoas que se deixam levar facilmente; e vocês sabem que detrás da tormenta que vem contra a Casa há um espírito de engano, Satanás; “…para os quais a mais densa escuridão está reservada para sempre.” Estes nem sequer eram crentes. Hoje em dia, o cristianismo está cheio de muitos líderes que nem sequer são pessoas nascidas de novo.

Hoje em dia, nenhuma igreja pode se seguir às cegas, nenhum pastor, nenhum líder Nada! Tem que examinálo tudo à luz da Palavra. O Senhor nos chama constantemente a examinar tudo: “Examinem tudo; retenham o bom” (1Ts.5:21).

E diz: “Pois falando palavras infladas e vãs (esses são os ventos de doutrina que vamos estudar), seduzem com concupiscências da carne e dissoluções…” Como seduzem? Com os desejos carnais das pessoas. As pessoas gostam que se lhe ofereçam coisas interessantes para sua carne: “Desejas ser bem sucedido, desejas prosperar, desejas um carro melhor, desejas uma linda esposa?” O que desejas? Ali lhe oferecerão isso, e começam a lhe inflar com coisas que os homens desejam, mas em sua carne. Então o cristão já não segue ao Senhor, mas sim começa a seguir os desejos de seu coração; “…aos que verdadeiramente tinham fugido dos que vivem em engano.” Ou seja, pessoas que verdadeiramente sim tinham conhecido ao Senhor. “Prometemlhes liberdade…”, até hoje em dia falam de “liberdade financeira, liberdade econômica e prosperidade. E este é o ano da bênção!” E sem darse conta os estão escravizando, estão os enganando e os estão separando do caminho. Que coisa terrível! “…e são eles mesmos escravos de corrupção. Porque o que é vencido por alguém é feito escravo do que o venceu. Certamente, se havendo eles escapado das contaminações do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus cristo, enredandose outra vez nelas são vencidos, seu último estado deve ser pior que o primeiro.” Pessoas que querendo seguir, caem em emaranhados, que as levam a piores coisas. “Porque melhor lhes tivesse sido não ter conhecido o caminho da justiça, que depois de havêlo conhecido, voltarse atrás do santo mandamento que foi dado. Mas lhes aconteceu o do verdadeiro provérbio: O cão volta para seu vômito, e a porca lavada a volverse na lama.”

Estas pessoas que mancham, que contaminam, que destroem, são o tipo de coisas que, no Antigo Testamento, o sacerdote devia ver na casa; essas são as manchas de lepra. Então, o sacerdote, quando vê isso na casa, deve começar a olhar; e isso é o que nós vamos fazer. Vamos examinar essas coisas que são lepra, e de que maneira começaram a aparecer. Com que nomes, com que movimentos, com que ênfase começaram a surgir na Casa de Deus?

O Senhor chama de fora 

Voltemos para Levítico 14. O Senhor diz que Ele vem para uma Igreja sem mancha e sem ruga, uma Igreja que não tenha lepra, que não tenha falsos pastores, que não tenha falsos ministros, que não tenha falsas doutrinas, nem imundícies. Diz Levítico 14:38: “…o sacerdote sairá da casa à porta dela…” Que coisa tremenda! Não lembra esta expressão com uma que se encontra em Apocalipse 3:20? “Eis aqui, eu estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei nele, e cearei com ele, e ele comigo.” O Senhor está à porta, quer dizer, Ele ainda a considera Sua Casa. Ele não se vai, porque o Senhor ama Sua Casa, o Senhor ama Sua Igreja, ama seus filhos; e Ele sai, mas não se vai Graças ao Senhor! fica na porta! E diz Apocalipse que Ele bate e chama para ver se alguém ouve sua voz. Por que acreditam que o Senhor não está dentro da igreja de Laodiceia? Porque a igreja de Laodiceia se corrompeu. Está tão corrompida que o Sacerdote não pode estar dentro. Tem que sair! Então, muitas vezes Cristo está fora de muito do que nós chamamos cristianismo, porque é um cristianis- mo cheio da lepra. Mas olhem o precioso: Ele está fora, mas Ele chama. Isso é precioso! Não lhes parece? Porque se fôssemos nós, muitas vezes acabaríamos de uma vez por todas contudo, renunciaríamos. Mas o Senhor é perseverante e Ele ama a seu povo. Ele fica à porta. Mas olhe o que acontece: “…o sacerdote sairá da casa à porta dela, e fechará a casa por sete dias.”

Sete dias: um período de prova e humilhação 

Do que nos falam esses sete dias? Há uma experiência de Moisés com Aarão e Miriã, que nos fala um pouco desses sete dias. Vamos ler em Números 12, desde o verso 9, a experiência dos sete dias quando há lepra. Então, eu me reúno em um lugar, e estou caminhando com o Senhor nesse lugar; mas começo a ver as manchas, chamo o Sacerdote, e Ele começa a me mostrar que há lepra. O que deve fazer um irmão? Às vezes somos muito rápidos com os assuntos, disso nos fala esta experiência, Números 12, desde o verso 9. É aquela situação quando Aarão e Miriã murmuram contra Moisés. Então o Senhor os traz, e daí vamos ler: “Então a ira de Jeová se acendeu contra eles; e se foi.” Outra vez sai o Senhor, porque há coisas que afastam a presença do Senhor do meio do seu povo. Ele é onisciente, quer dizer, Ele em sua essência está em todo lugar, tudo vê, tudo ouve, tudo esquadrinha, mas há uma coisa que se chama sua manifestação. Ele está em todo lugar, mas há lugares que Ele não aprova e não se manifesta neles: não está sua vida, não está sua glória, não está Sua Palavra, não está Sua presença; ou seja, Ele não está, Ele se afasta desse lugar.

Que coisas podem apartar Sua presença manifesta em seu povo? Há coisas abomináveis, tão abomináveis como o orgulho. A Escritura diz que ao orgulhoso, Ele lança fora. Podemos ver o caso de Saul, a quem o Senhor disse: “O reino foi tirado de ti. Minha presença, Saul, já não estará mais em teu reino.” Mas Saul chegou a reinar durante quarenta anos. Que coisa terrível! Quantas Igrejas, quantos pastores, quantos ministérios estiveram trabalhando sem a presença de Deus, sem a glória de Deus, sem a Palavra de Deus, sem a manifestação genuína do Espírito Santo! Quantos “Saul” estão reinando hoje em dia sem que Deus esteja envolvido! Pode haver um grande lugar, boa música, um grande púlpito, um pregador com gravata e, entretanto, Deus não está aí; e o lugar pode ir crescendo e crescendo; o fato de que as coisas cresçam não quer dizer que sejam de Deus A lepra também cresce!

Hoje em dia o Islã é a maior religião mundial, com mais convertidos ao ano, e é uma religião que em sua essência é diabólica; examinea e verá. E entretanto, cresce, cresce, e cresce; ninguém sabe como detêla. O fato de que as coisas cresçam não quer dizer que sejam de Deus.

Sigamos lendo para ver o significado dos sete dias, “E a nuvem se separou do tabernáculo (a presença de Deus já não estava no tabernácu- lo), e eis aqui que Miriã estava leprosa como a neve…” Moisés, Aarão e Miriã representam aquele grupo de irmãos que presidem, que trabalham, que servem, que são proeminentes. Quando você começa a ver o pecado em quem não deveria ter pecado, por exemplo, quando se vê o adultério no pregador, é um assunto terrível, porque ele é o que representa Cristo. Quando se vê o ódio, a carne, a cobiça, nos que presidem, é um assunto muito terrível. Ontem vi uma notícia sobre um pastor que matou uma “pastora” porque levou as ovelhas da congregação. Pode acreditar até que ponto se pode chegar? Essa é a lepra, a lepra visível, visível na liderança, visível no ministério.

Então olhe o que aconteceu Miriã: “…e eis aqui que Miriã estava leprosa como a neve; e olhou Aarão a Miriã, e eis aqui que estava leprosa. E disse Aarão a Moisés: Ah! meu senhor, não ponha agora sobre nós este pecado; porque loucamente atuamos, e pecamos. Não fique ela agora como o que nasce morto, que ao sair do ventre de sua mãe, já tem meio consumida sua carne. Então Moisés clamou a Jeová, dizendo: Rogote, OH Deus…”, e disto nos falam os sete dias, olhe como disse Moisés: “…que a cures agora.”

Às vezes acreditam que certos assuntos trocam da noite para o dia, assim como dizer: “Já!” “Senhor, estes irmãos estavam em uma falsa doutrina, estavam no engano, mas já se voltaram para Ti, Senhor; curaos já, agora, usaos agora, restauraos agora.” E às vezes Deus não faz isso tão facilmente. Deus trabalha progressivamente. E por isso lemos: “Respondeu Jeová a Moisés: Pois se seu pai tivesse cuspido em seu rosto, não se envergonharia por sete dias?” Ou seja, que para que haja um processo verdadeiro de cura deve haver humilhação, arrependimento, uma confissão: “Irmãos, eu levei tantos anos me reunin- do, e me dei conta que onde estava reunindo, estavam pregando puro “lixo” Que vergonha com o Senhor! Como pude participar disso? Como pude oferendar nisso? Como pude trabalhar e cooperar nisso, irmãos? por que eu estava tão cego? Me perdoe, Senhor! me limpe de toda minha lepra, de tudo aquilo que trago contaminado, Senhor! Tira aquilo com que eu tenha manchado meu corpo, minhas vestimentas, isso que não é teu, Senhor! Quantas vezes eu devia ter falado, eu devia haver dito e, em vez disso, participei de certas coisas, Senhor! me perdoe!”

Ponhamos um exemplo: Vai um carro cheio de gangsters; sai um deles e vai roubar alguém, dispara, entra no carro, e sai nele; assim, mesmo que os outros não tenham sacado a arma, nem tenham disparado,  mas simplesmente por ter estado ali, e por não havêlo denunciado, o que são? Cúmplices. Irmãos, quantos de uma maneira passiva hoje são cúmplices da destruição do cristianismo! Quantos deveram haver-se parado, e deveram ter gritado: “Isso é imundo!” Não! Participou e participou, e logo: “Senhor, sananos sananos!” E às vezes o Senhor quer que nos humilhemos, que peçamos perdão, que lhe rogue- mos que nos mostre a verdade, que nos sane, que nos libere de todas essas coisas que são manchas. Os sete dias falam disso, de arrependimento e purificação.

Então diz: “… não se envergonharia por sete dias? Seja lançada fora do acampamento por sete dias, e depois voltará para a congregação.” Quando alguém chega de um contexto de falsos ventos de doutrina, sem haver um tempo de purificação, você o escuta pregar, e você nota a lepra ainda em sua boca. Deve haver um processo de limpeza, de restauração, de libertação de todas essas coisas. Há irmãos que até quando estão orando se nota a lepra!

Diz o Senhor: “Seja lançada fora do acampamento (o Senhor não a despreza) por sete dias (esse é o tempo de purificação), e depois voltará para a congregação”. Graças ao Senhor! Porque o sacerdote fecha a casa por sete dias, mas logo volta para olhar como vai. “Assim Miriã foi lançada do acampamento sete dias…”; mas olhe esta expressão, irmão: “…e o povo não passou adiante até que se reuniu Miriã com eles.” Ou seja que o avanço espiritual da Casa de Deus está muito relacionado com a cura e a restauração de seus membros. Que assunto tão importante! Não lhes parece? Queremos que a igreja cresça, mas primeiro a igreja tem que ser curada e restaurada para poder crescer, e isso envolve a cada um de nós. Na medida que o Senhor nos cura, limpanos da lepra e nos restaura, dessa mesma maneira o acampamento segue avançando. Muitos dos problemas do estancamento que temos hoje em dia é que às vezes muitos de nós estamos ainda leprosos. Sim, percebemos do que nos falam os sete dias? De restauração, de curar a lepra, de humilhação, de um tempo de vergonha. Talvez estivemos em coisas assim, mas quando a pessoa se humilha, o Se- nhor a restaura. Conheço uns pregadores tremendos que denunciam, que expõem estas coisas, e muitos deles surgiram de lugares totalmente leprosos. O Senhor os tirou daí, limpoulhes a lepra e os curou! E hoje em dia estão sendo usados por Ele.

Um perigo real: A lepra pode estenderse 

Voltemos outra vez a Levítico. Olhe o que diz no capítulo 14. Um problema que pode acontecer é que depois de cumpridos os sete dias, em vez de ser corrigido o pecado, este cresça. vamos ler no 14:39: “E ao sétimo dia voltará o sacerdote, e a examinará; e se a praga se estendeu nas paredes da casa…”, ou seja, em vez de minguar, de ficar quieta,

começa a crescer, “… então mandará o sacerdote, e arrancarão as pedras em que estiver a praga, e as jogarão fora da cidade em lugar imundo.” Se um pregador falso, depois que lhe explicam as coisas, se- gue pregando suas falsidades, o que se deve fazer com ele? O Senhor diz que depois de falar com uma pessoa duas ou três vezes, e não entende, e persiste em seus falsos ensinos, seja tido como impuro (Mt.18:16-17). Ou seja, se eu ouvir um pregador que está ensinando coisas falsas, talvez ele não sabe, o exortamos, se lhe fala, e segue pregando coisas falsas, levase testemunhas, e se ainda não se arrepende, depois se leva a igreja, e se ainda não se arrepende, já é uma pessoa que deveria estar fora da Casa de Deus; devese tirar a pedra daí e ser lançada fora.

E fará raspar a casa por dentro ao redor, e derramarão fora da cidade, em lugar imundo, o barro que rasparem.” Ou seja, o que fica da mancha terá que tirálo e tirálo. Não é só tirar a pedra, porque às vezes não é só tirar o profeta, o ministro, mas sim terá que tirar da mente dos irmãos o que neles ficou do falso profeta. Irmãos, isso é um trabalho tremendo. Lembro que um dia estávamos falando algo sobre a oração, sobre o engano de decretar e confessar positivo e todas essas coisas; ensinamos com a Palavra, e quando acabou a Reunião, vamos orar, e um irmão começou a orar da maneira em que nós tínhamos explicado que não se devia orar; e eu me perguntei: “Mas, Senhor, será que não entendeu?” Raspamos a pedra, e ainda ficou com lepra.

O Senhor diz que Ele vem para uma Igreja sem mancha e sem ruga, uma Igreja que não tenha lepra, que não te- nha falsos pastores, que não tenha falsos ministros, que não tenha falsas doutrinas, nem imundícies. Diz Levítico 14:38: “…o sacerdote sairá da casa à porta dela…”

Irmãos, vocês possivelmente não se deram conta, mas muitas vezes trazemos coisas falsas tão arraigadas em nós mesmos. E não nos demos conta. Com o profeta Jeremias aconteceu isso. Antes de edificar, o Senhor lhe disse: “Olhe que te pus neste dia sobre nações e sobre reinos, para arrancar e para destruir, para arruinar e para derrubar, para edificar e para plantar” (1:10). “Eu te chamei para destruir, para arrancar”; ou seja antes do Senhor construir algo, tem que tirar tudo o que não é; e então sim serve para plantar, para edificar; já que muitas vezes chegamos com coisas que o Senhor tem que tirar primeiro. Quando você vai plantar uma igreja normal, mas já há uma casa completamente anormal; então nos cabe tirar primeiro todo o anormal, e aí sim pouco a pouco construímos o normal.

E diz: “E fará raspar a casa por dentro ao redor, e derramarão fora da cidade, em lugar imundo, o barro que rasparem. E tomarão outras pedras e as porão em lugar das pedras tiradas; e tomarão outro barro e recobrirão a casa.” Sim, o Senhor às vezes faz isso: tira pessoas e põe pessoas. Isso é um assunto muito sério! O Senhor tira as pedras leprosas e traz pedras novas, não se pode apodrecer a Casa por uns quan- tos irmãos, terá que limpála e seguir. O problema é quando ficam outras pedras, e surge outra vez a lepra.

A casa declarada imunda pelo Sacerdote 

Diz o verso 43: “…e depois que foi recoberta, então o sacerdote entrará e a examinará; e se parecer haver-se estendido a praga na casa, é lepra maligna na casa; imunda é.” Ou seja, já a casa não se salva, já é imunda, já essa não tem cura. “Derrubará, portanto, a tal casa, suas pedras, seus madeiros e toda a mescla da casa; e tirarão tudo fora da cidade a lugar imundo.” Aí é quando o Senhor diz: “Isto já não tem remédio.” E tira a Casa. Assim fez com Israel, irmãos, cortou todo o tronco, mas deixou um rebento: o rebento do tronco do Jessé, de onde viria o Messias (Is.11:1).

Uma ordem do Senhor: Sair do lugar contaminado 

Irmão, às vezes você vê lugares, Igrejas, de onde o melhor é sair, porque não há outra solução. Você lê a historia de Lutero e dos reforma- dores, e vê que muitos deles não queriam sair do catolicismo romano. Mas chegou um momento no qual o Evangelho e a pregação deles não era compatível com a igreja, e os irmãos tiveram que sair. E há um chamado do Senhor a isso em 2ª Coríntios 6:16: “E que acordo há en- tre o templo de Deus e os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente,  como Deus disse: Habitarei e andarei entre eles, e serei seu Deus, e eles serão meu povo   Pelo qual, saiam do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor, e não toquem o imundo…” E olhe que palavras tão preciosas:

“…E eu lhes receberei… ” Às vezes há um temor profundo de sair, mas quando você viu a condição, Deus mesmo te mostrou a lepra, a lepra terrível carcomendo o lugar onde te reúne, é melhor sair, não seja que você mesmo fique leproso. Quando estamos aí há uma participação do que se faz, pelo que se vê, pelo que se ouve, há uma aprovação. Porque esse cristianismo apóstata cresce e prospera pela mesma partici- pação ativa e passiva de muito filhos incautos. Mas cedo ou tarde, o grupo de delinquentes que estão matando a fé do povo de Deus cairá, e seus cúmplices também. Seus cúmplices também! Vai chegar um momento no qual o Senhor vai pôr sua mão sobre aquilo que é falso, corrupto. Que você não seja achado entre eles.

Limpeza por meio da Palavra 

Voltemos para Levítico 14, verso 46. Então, o que viemos falando: a casa foi declarada imunda, já nada disso se salva. Nada! Leiamos no verso 46: “E qualquer que entrar naquela casa durante os dias em que a mandou fechar, será imundo até a noite. E o que dormir naquela casa, lavará seus vestidos; também aquele que comer na casa lavará seus vestidos.” Ou seja, se houve pessoas dentro, que comeram dentro, que dormiram dentro, são chamados a serem lavados.

Como o Senhor os lava? Há passagens que falam sobre isso. João capí- tulo 13, verso 6. O Senhor não só nos chama a sair dali, mas também quando o fazemos às vezes saímos sujos, e Ele está disposto a nos limpar. E eu penso que esta série que começamos, embora é, como vínhamos dizendo, uma chamada, um alerta também para muitos, deste modo vai ser uma limpeza para outros, porque, como lhes dizia, às vezes trazemos coisinhas, e o Senhor precisa nos limpar de tudo isso. Mas graças ao Senhor, que um de seus ofícios é que Ele se fez servo, e diante de seus discípulos trouxe uma vasilha com água, tirou seu manto, cingiuse, colocou uma toalha e começou a laválos, a limpálos (Jo 13). Muitos destas mensagens são tão preciosas, porque o Senhor vai nos limpar de muitas coisas das quais precisamos ser limpos.

O Senhor lhe diz: “Saia, e limpese”, e ao sair nos encontramos com Ele, apertado de uma toalha e disposto a nos limpar Que precioso!

Esse é o coração do Senhor. Ele nos corrige, mas nos está levando a Ele para nos desencardir. Ele não nos manda assim: “Vá e limpese como puder!” Não! Ele está fora com a toalha preparado para nos limpar.

Uma imperiosa necessidade: Ser lavados por Cristo 

João 13, versos 6 aos 10, diz: “Então veio a Simão Pedro; e Pedro lhe disse: Senhor, você me lava os pés? Respondeu Jesus e lhe disse: O que eu faço, você não o compreende agora; mas o entenderá depois (porque era uma figura). Pedro lhe disse: Não me lavará os pés jamais (às vezes a gente acredita que não necessitamos que nos lavem os pés). Jesus lhe respondeu (olhe estas palavras tão importantes): Se não te lavar, não terá parte comigo.” “Ou te lavo, Pedro, ou aqui não entra, nem participa.” Precisamos ser lavados, profundamente lavados; do con- trário, não teremos parte com o Senhor. O Senhor não se senta com leprosos, nem pessoas contaminadas, se eles não estiverem primeiro dispostos a ser limpos.

Paulo também nos fala desta lavagem, em Efésios 5:25-26, falando da relação entre o marido e a esposa, diz: “…entregouse a si mesmo por ela (pela Igreja), para santificá-la, havendo-a purificado na lavagem da água pela palavra…” Então, a maneira como o Senhor santifica Sua Igreja é pela lavagem com a Palavra. Ou seja: “Senhor, dormimos em uma casa imunda.” Essa foi a realidade. “Senhor, comemos em uma casa imunda, e Tu nos chamaste a sair.” Agora o processo que precisamos é nos lavar com a Palavra, nos limpar.” “…a fim de apresentarlhe a si mesmo, uma igreja gloriosa, que não tivesse mancha (a palavra mancha, que se refere às manchas da lepra) nem ruga nem coisa seme- lhante, mas que fosse Santa e sem mancha.” Então, seriamente devemos saber que precisamos ser lavados, lavados de tudo aquilo que é velho e maligno. E isso só a Palavra de Deus pode fazer.

A casa declarada limpa 

Voltemos para Levítico 14: 48, porque o assunto não termina aí, isto tem um montão de detalhes. Que o Senhor nos permita pelo menos vêlos assim por cima! O que acontece quando a casa é limpa? Há casos onde a lepra se estende, mas há casos onde a lepra não se estendeu, mas sim era uma coisa superficial, pôdese tratar. Às vezes acontece assim. Há coisas muito profundas que não se podem tratar; mas também há coisas que os irmãos trazem que não são tão profundas, e se podem limpar. Olhem o que aconteceu. Diz no 48: “Mas se entrar o sacerdote e a examinar, e vir que a praga não se estendeu na casa de- pois que foi recoberta…”, ou seja, há coisas que chegam a nós, mas não se estendem, não aprofundam. É terrível quando isso lançou raízes. Mas às vezes há irmãos (eu conheço muitos, muitos, mas muitos casos) que me escrevem por Internet, me dizendo: “Irmão, eu estava ali, e quando vi isso, de uma vez saí desse lugar…”, ou seja, a lepra não aprofundou, de uma vez foi rechaçada. Há pessoas com quem acontece isso, o Senhor as guarda, não deixa que isso as corrompa; “…e vir que a praga não se estendeu na casa depois que foi recoberta, o sacerdote declarará limpa a casa, porque a praga desapareceu.” O mesmo Senhor declara também quando o assunto é limpo. Agora olhemos o ritual de purificação quando o assunto é declarado limpo.

O ritual da purificação 

Então tomará para limpar a casa dois passarinhos, e madeira de cedro, grão e hissopo; e degolará um passarinho em uma vasilha de barro sobre águas correntes. E tomará o cedro, o hissopo, o grão e o passarinho vivo, e os molhará no sangue do passarinho morto e nas águas correntes, e espargirá a casa sete vezes.” Esta é uma figura muito preciosa! O sacerdote tinha que pegar dois passarinhos ou duas pombas. As pombas eram os animais de sacrifícios dos pobres. Nos outros sacrifícios estavam os cordeiros, as vacas; mas quando você não tinha nem para o cordeiro, nem para a vaca, porque era pobre, então comprava uns filhotes de pomba. Se lembram quando o Senhor foi levado ao templo para ser dedicado? Seus pais ofereceram dois filhotes de pomba, porque eles eram humildes, pobres. Do que nos fala isso? “Ai, Senhor, nós não somos nada, não temos nada, somos pobres! Não sabemos muito, não entendemos muito! Somos pobres, Senhor!” É a oferta dos pobres, dos humildes. É a oferta dos que se humilham. Disso nos falam as pombas. Uma se pegava, e a outra se degolava por que? Porque de todos os modos como teve pecado, deve haver remissão de pecado, e sem sangue não há remissão de pecados. “E quase tudo é purificado, segundo a lei, com sangue; e sem derramamento de sangue não se faz remissão” (Hb 9:22).

Olhe o interessante, degolava-se sobre uma vasilha, sobre uma vasilha de barro. Tudo é uma figura preciosa; o barro nos fala do homem. Se pegava a pomba, era degolada, e o sangue ficava na vasilha de barro, e ficava junto a águas; essa figura é tão interessante. O cedro, o hissopo é como uma espécie de planta que se amarrava com o carmesim ao pau para que quando ficasse o sangue do passarinho sobre o rio, tomasse a água do rio, com o hissopo de madeira pegasse, untava e ia se espargir sobre a casa sete vezes. Muitas vezes usava essa figura, não só sobre a casa, mas também sobre as pessoas. E isso nos fala de que certamente o Senhor nos tira daí, mas o Senhor tem também um passarinho, que é a provisão de Cristo, o sangue de Cristo. Diz 1ª João 1, do 7 aos 10: “Se dissermos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.” Se dissermos que não pecamos, somos mentirosos, mas temos um Sacerdote, que Ele “…é fiel e justo para perdoar nossos pecados, e nos limpar de toda maldade”; “…e o sangue de Jesus Cristo seu Filho nos limpa de todo pecado.”

Esse é o coração do Senhor. Ele nos corrige, mas nos está levando a Ele para nos desencardir. Ele não nos manda assim: “Vá e limpese como puder!” Não! Ele está fora com a toalha preparado para nos limpar.

Então, de que fala a água correndo e o sangue correndo? A água, como dizíamos agora, é a pregação da Palavra, porque na medida que nós estamos em comunhão e começamos a pregar a Palavra, misteriosa- mente essa Palavra traz os ingredientes do sacrifício de Cristo e, sem nos dar conta, espiritualmente muitas vezes somos aspergidos com o sangue de Cristo, do perdão de Cristo. Você não teve essa experiência muito preciosa que espiritualmente fala destas realidades? Você pe- cou. Você chega à Reunião, e não pode nem levantar a cabeça, não po- de orar, nem cantar; está envergonhado, sente-se um miserável, um hipócrita, sente-se o pior, e se olha e diz: “Senhor, estou tão imundo!” E começam o louvor e as orações, e espiritualmente começa a aconte- cer algo: o Sacerdote começa a passar pelo nosso meio e começa a nos limpar de nossos pecados. Você não o vê (o sacerdote nessa época sim era visto porque ele pegava o hissopo), mas sem dar-se conta, você começa a sentir paz, perdão, restauração, começa a sentir vontade de chorar, a sentir o gozo de sua salvação e termina cantando. O que aconteceu? Passou o Sacerdote e aspergiu a água e o sangue. Isto era algo físico, mas em nós é uma experiência espiritual. O Senhor nos tira, mas há um ritual de limpeza mais. E esse ritual de limpeza tem a ver com o sangue de Cristo, a qual nos limpa de todo pecado, até do pecado de apostasia; e esse sangue vem através da água que vai correndo. E qual é a água que vai correndo? A Palavra de Deus que vai sendo pregada e sendo aspergida pelo Sacerdote Uma figura preciosa!

Estas passagens nos mostram e nos falam de que o sangue de Cristo é ainda poderoso para limpar a Igreja de toda mancha. Não há mancha, não há ruga que o sangue de Cristo e a limpeza da Palavra não pos- sam tirar de nosso meio. Talvez você chegou do “esgoto mais esgoto”, mas o Senhor pode fazer de você um instrumento de justiça limpo. A obra de Cristo é ainda suficiente para nos perdoar de todo pecado e nos limpar.

E o que acontece com o outro passarinho? Isto é precioso! Aí no 51: “E tomará o cedro, o hissopo, o carmesim e o passarinho vivo, e os molhará no sangue do passarinho morto e nas águas correntes (as águas cor- rentes nos falam da pregação da Palavra, água viva), e aspergirá a ca- sa sete vezes.” Ou seja, nos fará uma limpeza completa, limpando nos- sas consciências, nos limpando diante de Deus. “E purificará a casa com o sangue do passarinho, com as águas correntes, com o passarinho vivo, a madeira de cedro, o hissopo e o carmesim.” lembram-se que o salmista Davi usa o hissopo depois como uma figura de limpeza? Salmo 51:7, lemos: “me purificame com hissopo, e serei limpo; me lave, e serei mais branco que a neve.” Davi tinha em mente esses ritos sacer- dotais que falam da limpeza.

E diz aí no 52: “E purificará a casa com o sangue do passarinho, com as águas correntes, com o passarinho vivo, a madeira de cedro, o hissopo e o carmesim. Logo…” ainda não acabou, olhe o precioso: “…soltará o passarinho vivo fora da cidade sobre a face do campo. Assim fará expia- ção pela casa, e será limpa.” Olhe isto: Dois passarinhos, um passari- nho que morre e outro que é libertado, é livre. Do que nos fala isso? Alguém nos fala do perdão, mas esse perdão não foi assim no mais, mas que houve uma morte; o sangue não é só para salvação, mas também para nos limpar de toda a lepra da qual se encheu toda a Casa. E o outro passarinho nos mostra que fomos justificados e que agora temos uma nova vida; ou seja, não se matou o outro passarinho, mas sim se lhe deu liberdade, se lhe concedeu vida. O Senhor não só nos perdoa, mas também nos leva a uma nova vida, uma vida celestial, porque a ave é um animal que remonta aos céus, isto nos fala de uma vida gloriosa, uma vida de santidade, uma vida (como líamos agora na passagem de Efésios) de “…uma igreja gloriosa…”, que busca a glória, que tem a vida, que remonta às alturas, que foi perdoada. Isso é muito precioso! Muitos que passamos pela contaminação da lepra na casa somos chamados uma nova vida em Cristo, uma vida livre do engano de falsos mestres, uma vida livre da corrupção de falsas doutrinas, uma vida livre do jugo do engano. E esta sim é uma verdadeira liberdade.

Irmãos, o Senhor nos limpe e nos purifique! Nosso desejo com esta série que começamos é o que dizíamos no início, que o Senhor limpe Sua Casa de toda lepra.

O Senhor nos ajude para que por meio de seu sacrifício e da exposição de Sua Palavra, sejamos limpos, e muitos voltem para caminho da verdade. Hoje começamos com uma introdução para ver a limpeza da lepra no meio da Casa de Deus. O Senhor nos ajude! Necessitamos a graça de Deus, mas são temas que devem ser conhecidos, e muito mais em nosso tempo. Vamos encomendarnos ao Senhor e que Ele nos ajude a ser atalaias a nossa geração.

Bogotá / Colombia

Pablo David Santoyo

Director y fundador del ministerio Tesoros Cristianos. Nacido en la ciudad de Bogotá donde vive actualmente. Predicador, escritor y servidor en la iglesia local donde reside desde hace 18 años. Bendecido por el Señor con un matrimonio conformado por su esposa Diana Ramírez y su hija Salomé.